terça-feira, 22 de novembro de 2011

NÚMEROS INCONTESTÁVEIS

                Educação e Saúde,
             razões para protestar

Jornal Gazeta de Ribeirão
( www.gazetaderibeirao.com.br )
Luiz Flávio Gomes - Jurista e Cientista Criminal
Data: 21/11/2011
        
           A crise mais séria do Brasil não é econômica, sim, social e moral ( ética ). Quando alguns alunos da USP ocupam e depredam a reitoria da Universidade protestando contra a presença da Polícia Militar no Campus, após a detenção de três alunos flagrados fumando maconha, verifica-se o vazio discursivo em que nos encontramos. Com tantos bons motivos para protestar, nenhuma bandeira revolucionária foi levantada.
          Segue uma boa pista (para alguns futuros e sérios protestos): investimentos insuficientes em educação e saúde contribuíram fortemente para a 84ª colocação do Brasil no IDH 2011. Em detrimento delas, estamos priorizando o padrão de vida e o consumo no país. Em 2000, o IDH do Brasil era 0,665 e a expectativa de vida era de 70,1 anos; a média de anos de escolaridade era de 5,6 e a renda nacional bruta per capta era de U$$ 7.698,00. Em 2010 o IDH aumentou para 0,718, a expectativa de vida fechou em 73,5 anos, a média de anos de escolaridade evoluiu somente para 7,2 anos ( enquanto a taxa esperada, ou seja, a expectativa do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, seria de 13,8 anos para o Brasil ), mas a renda per capta saltou para U$$ 10.162,00. Mais dinheiro e mais consumo, mas pouquíssima educação e a saúde está na UTI. Recordemos o básico: em a base da educação o poder de consumo não se sustenta.
          O economista e ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman ( e por ele gravado na rádio Câmara ), ao analisar os recursos gerados pelo aumento de carga tributária nos últimos 15 anos ( com base em dados da Receita Federal ) e o volume de gastos do setor público ( baseado em dados do Banco Central e da pesquisa do economista Sérgio Gobetti ), concluiu que apenas 8,6 % do arrecadado é usado para investimentos em construções de escolas e hospitais. Ou seja, a cada R$ 100 aferido, R$ 8,6 é investido em educação e saúde. Gastamos muito pouco com o que efetivamente interessa para a nação e a população. Quer bandeira mais emblemática do que esta ?
          Só o INSS e as aposentadorias do setor público consomem quase 14 % do PIB. Isso explica o aumento significativo do padrão de vida e de consumo da população. Segundo o economista, o uso do dinheiro em aposentadorias e fundo de pensão não é errado, contudo os recursos finitos de que o país dispõe devem ser usados com mais foco.
          Considerando-se que o Brasil ainda é um país jovem, em que apenas  5 % da população têm mais de 65 anos e que de acordo com o IDH 2011, a idade mediana do brasileiro é de 29,1 anos, não faz sentido que o investimento em aposentadorias e fundos de pensão supere o da educação e saúde. Questões importantes como estas deveriam, antes de quaisquer outras, ser devidamente entendidas, discutidas e contestadas pela população, principalmente pelos jovens universitários, já que a educação e saúde são as grandes bases para compor o futuro e o desenvolvimento de qualquer país. Com tantas bandeiras justas à nossa disposição, parece um grande equívoco fazer protestos vazios e sem sentido prático para toda a população.


BRASIL - Ribeirão Preto - SP


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